MATAR A SAUDADE

27/09/2015 10h30 – Atualizado em 27/09/2015 15h38Edição Nº 15418 (JORNAL O PROGRESSO)

Nelson Bandeira

Compreendendo diferentemente: o sentimento causado pela ausência e à  distância de algo que ainda vive na verdadeira agonia, pedindo a proteção de todos para salvá-lo – murmura por socorro oRIACHO CACAU!

Antes o majestoso “riacho” fruto de passatempo até de sustento de famílias, através da pesca – agora recebe somente lixo e assoreamento. Encontra-se no verdadeiro abandono.

Quantas vezes tive o prazer de subir riacho acima até próximo ao acampamento do DNER, pescando e admirando suas belezas naturais, degustando as frutas das ingazeiras nativas de suas ribanceiras, azedinhas e maracujazinhos, pegando várias espécies de peixes para garantia da alimentação familiar.

Tudo isso é “Matar a Saudade” daquilo e da importância que foi o Riacho Cacau, defronte de seu retrato atual, acabado pela poluição, pelas alterações do meio ambiente provocado pelo sistema urbano.

Quem deveria tratá-lo com todo o respeito e que dignificasse para as futuras gerações sua história, sua importância, não. As indiferenças das administrações públicas do passado e vigente sempre transmitiram insegurança quanto ao tamanho do desafio de restabelecê-lo… até porque não lhes dão votos como recompensa.

Para que isso não seja dito ou criticado, as autoridades precisam ter vontade política, desejo, aspiração, gesto, interesse e propósito. Fora isso,  a sociedade que se dane e se prepare para as vizinhas consequências que estão engatinhando cotidianamente – as alterações ambientais.

Tratar desse tipo de meio ambiente é como fazer obra enterrada, ou seja,  uma miragem (algo muito bom, mas não verdadeiro) para a classe política brasileira. O bem estar dos cidadãos fica sempre para o segundo plano.

O Riacho Cacau é só um caso desses desmandos; os demais que cortam a cidade têm o mesmo tratamento, acúmulo de fragmentos de solo, depósito de terra, areia, esgoto e demais detritos.

Para analogia escolheu-se o leito deste riacho – se houvesse um tratamento, um investimento como prioridade com a sensibilização da sociedade, com certeza o “CACAU” seria um cartão postal da cidade.

Mas a versão histórica desta fotografia é totalmente o paradoxo do que deveria ser; infelizmente, não vamos ter o privilegio de vê-lo tão breve – navegável, tratado, replantadas suas margens que foram destruídas pela ignorância popular. Pelo andar da carruagem, só com o milagre de Jesus.

A ambição continuará sempre, até encontrar a vontade de reverter este quadro tão depreciativo para a natureza.

Que os munícipes da cidade tenham o afã de que “Plantando Água” melhorará eficazmente o bem-estar da população tão sofrida com a degradação e poluição de nossos riachos genuínos.

Como bem sintetizou o Dr. Grillo: “Faça do “Meio Ambiente” o seu “Meio de Vida.”

A Santa Teresa D’Ávila, pela qual pedimos sua proteção… No nome de Cristo há consolo. Que o leitor aproveite de um bom domingo.

 

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